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22 setembro 2016

[ANGOLA] Emissão «Coroa»: Falsificações de Fournier

A maioria das falsificações dos selos de Angola da Emissão «Coroa» são fáceis de detectar, como mostramos no artigo anterior sobre as Falsificações de Spiro. Há ainda reimpressões, feitas em papel branco liso com goma brilhante e denteação limpíssima 13½. Estes são ainda mais óbvios. A exceção e a dificuldade, vem das falsificações de Fournier.



François Fournier (1846-1917)


Fournier, um suíço que virou francês na hora de servir, em 1870, na guerra contra a Prússia, não era um mero falsificador filatélico como muitos outros que tentam passar seus produtos como sendo genuínos. Ele produziu seus selos anunciando abertamente que se tratavam de fac-símiles de baixo custo como uma maneira barata para completar coleções ou como uma coleção em si. Ele registrou sua marca em 1903, no entanto pode-se traçar a ascendência de seu negócio desde 1891, quando ele havia comprado um estoque de um predecessor, e publicou catálogos até 1914, quando a guerra interrompeu seus negócios. Faleceu em 1917, mas o negócio foi explorado por um ex-funcionário. 


Página de Angola do Álbum de fac-símiles de Fournier

 

Suas falsificações eram altamente precisas, e na verdade, ele ganhou vários prêmios por conta deles, em exposições de selos internacionais. O problema começou quando os negociantes começaram a oferecer o seu trabalho como sendo o original. Em 1927, seu ex-funcionário faleceu e seu equipamento e estoque remanescente foi comprado pela União Filatélica de Genebra. 

 

480 álbuns foram criados e vendidos aos comerciantes como referências, cada selo marcado de forma indelével como “faux” (falso) ou “fac-símile”. Hoje, um álbum de Fournier é altamente valorizado e cotado em torno de US$ 2.000 a US$ 15.000 dependendo da completude. Os selos genuínos quase sempre custam menos. O estoque remanescente foi incinerado em 15 de Setembro de 1928.

 

   
À esquerda: Selo original.
À direita: Falsificação de Fournier.

 




Para identificar uma falsificação Fournier da emissão «Coroa» a partir de um selo original, deve-se olhar para o seguinte:

1) O Tímpano (ornamento) no canto superior direito possui uma folha central, com duas folhas em forma de vírgula virados para dentro em cada lado, e uma vírgula em forma de folha virada para fora e cada lado. Na falsificação, a folha central e aquela acima dele são unidos em parte, fazendo com que tenha a forma de um coração.


   
A folha central do tímpano com forma de coração, característico das falsificações de Fournier (pétala quebrada)

 

2) Fournier usou o design da coroa encontrada sobre a emissão para Angola como modelo para todas as emissões dos selos «Coroa» das colônias portuguesas. Porém, em todos e nos originais de Angola, as filas exteriores de pérolas que cobrem as curvas da coroa são mais ovais e agudamente arredondadas (ver imagem abaixo). As falsificações Fournier dos selos Coroa tem a aparência arredondada de Angola.

   

3) Para a emissão para Angola, deve-se olhar atentamente para a letra «O» em «ANGOLA». A linha de sombra do centro interno do «O» da falsificação é incompleta. Já no original, é completo.


   
Falsificação de Fournier (esquerda) e Autêntico (direita)

 

4) Falsificação: Tintas menos acentuadas, linhas mais ásperas, impressão mais difusa e borrada, particularmente visível nos textos, pois foram Litografados. Os originais são Tipografados.

5) A Cruz superior da falsificação é muito simples em comparação ao original, e geralmente não toca a coroa.


   
Falsificação de Fournier (esquerda) e Autêntico (direita)



 

BIBLIOGRAFIA:
Davies, D.J. «Forgeries of Portugal and Colonies»

Publicações da Sociedade Filatélica Portuguesa

Quinn, Thomas. «Notes on the Forgeries and Reprints of the Crown Issues of Portuguese Colonies» na revista The American Philatelist, Vol. 79, No. 11, Pages 8411-848.

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