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30 setembro 2016

Organizando a coleção: Parte 6 – Armazenando e Protegendo Cartões-Postais e Envelopes

O ideal, claro, é colocar em álbuns, e existem diversos modelos disponíveis no mercado. No entanto, há filatelistas que, como eu, efetuam muitas trocas e compras, e/ou participam do portal «Postcrossing» de troca de cartões-postais, não querem remover os selos, e preferem guardar os envelopes/postais, mas de uma forma mais econômica, ou seja, em caixas.

Então, a maneira mais econômica e segura é a que segue abaixo:

A CAIXA: Em acrílico, plástico ou papel acid-free, por serem materiais inertes, e sempre com tampa. Há diversos modelos, tamanhos e cores disponíveis, seja em papelarias, grandes supermercados, etc. Fica a critério de cada um. A única recomendação é evitar plásticos “made in china” ou que possuam um cheiro muito forte, pois esse odor tóxico pode passar para as peças. Não utilize caixas de sapatos, caixas de papelão comum, caixas de madeira e muito menos ainda de MDF. Estas são ácidas (vão causar a “ferrugem”) e/ou higroscópicas (absorvem umidade) e isto não é bom pra coleção.

AS PEÇAS: Proteja cada peça individualmente utilizando sacos plásticos, destes que vende em papelarias, e corte com uma guilhotina.

Por quê proteger com plástico? Evita sujeira, mãos sujas e oleosas, poluição atmosférica, insetos como traças e baratas, umidade, evita que os cantos da peça fiquem arredondados com o manuseio e principalmente, contato direto com outras peças com diferentes tipos de papel (o que ajuda a ocasionar ferrugem).

Os sacos devem ser de boa qualidade e espessura. Os da marca YES que possuem esta tarja branca lateral são mais caros, mas são os melhores em termos de transparência e espessura. Custam ~R$ 5 o pacote com 10 sacos. Sua durabilidade é de décadas sem alterações. Outras marcas são mais baratas, porém os sacos são feitos de PVC (mofam e amarelam com o tempo) e a transparência não é das melhores. Tu encontras boas guilhotinas grandes em papelarias por ~R$ 60 em média. As refiladoras são melhores que as de facão para este trabalho).

Segue o exemplo abaixo:

 

 

Após cortado, ficará com dois lados abertos, mas já é o suficiente pra proteção da peça.

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22 setembro 2016

[ANGOLA] Emissão «Coroa»: Falsificações de Fournier

A maioria das falsificações dos selos de Angola da Emissão «Coroa» são fáceis de detectar, como mostramos no artigo anterior sobre as Falsificações de Spiro. Há ainda reimpressões, feitas em papel branco liso com goma brilhante e denteação limpíssima 13½. Estes são ainda mais óbvios. A exceção e a dificuldade, vem das falsificações de Fournier.


François Fournier (1846-1917)

Fournier, um suíço que virou francês na hora de servir, em 1870, na guerra contra a Prússia, não era um mero falsificador filatélico como muitos outros que tentam passar seus produtos como sendo genuínos. Ele produziu seus selos anunciando abertamente que se tratavam de fac-símiles de baixo custo como uma maneira barata para completar coleções ou como uma coleção em si. Ele registrou sua marca em 1903, no entanto pode-se traçar a ascendência de seu negócio desde 1891, quando ele havia comprado um estoque de um predecessor, e publicou catálogos até 1914, quando a guerra interrompeu seus negócios. Faleceu em 1917, mas o negócio foi explorado por um ex-funcionário.

 

Página de Angola do Álbum de fac-símiles de Fournier

 

Suas falsificações eram altamente precisas, e na verdade, ele ganhou vários prêmios por conta deles, em exposições de selos internacionais. O problema começou quando os negociantes começaram a oferecer o seu trabalho como sendo o original. Em 1927, seu ex-funcionário faleceu e seu equipamento e estoque remanescente foi comprado pela União Filatélica de Genebra.

 

 

480 álbuns foram criados e vendidos aos comerciantes como referências, cada selo marcado de forma indelével como “faux” (falso) ou “fac-símile”. Hoje, um álbum de Fournier é altamente valorizado e cotado em torno de US$ 2.000 a US$ 15.000 dependendo da completude. Os selos genuínos quase sempre custam menos. O estoque remanescente foi incinerado em 15 de Setembro de 1928.

 

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À esquerda: Selo original.
À direita: Falsificação de Fournier.

 

Para identificar uma falsificação Fournier da emissão «Coroa» a partir de um selo original, deve-se olhar para o seguinte:

1) O Tímpano (ornamento) no canto superior direito possui uma folha central, com duas folhas em forma de vírgula virados para dentro em cada lado, e uma vírgula em forma de folha virada para fora e cada lado. Na falsificação, a folha central e aquela acima dele são unidos em parte, fazendo com que tenha a forma de um coração.



A folha central do tímpano com forma de coração, característico das falsificações de Fournier (pétala quebrada)

 

2) Fournier usou o design da coroa encontrada sobre a emissão para Angola como modelo para todas as emissões dos selos «Coroa» das colônias portuguesas. Porém, em todos e nos originais de Angola, as filas exteriores de pérolas que cobrem as curvas da coroa são mais ovais e agudamente arredondadas (ver imagem abaixo). As falsificações Fournier dos selos Coroa tem a aparência arredondada de Angola.

 

3) Para a emissão para Angola, deve-se olhar atentamente para a letra «O» em «ANGOLA». A linha de sombra do centro interno do «O» da falsificação é incompleta. Já no original, é completo.


Falsificação de Fournier (esquerda) e Autêntico (direita)

 

4) Falsificação: Tintas menos acentuadas, linhas mais ásperas, impressão mais difusa e borrada, particularmente visível nos textos, pois foram Litografados. Os originais são Tipografados.

5) A Cruz superior da falsificação é muito simples em comparação ao original, e geralmente não toca a coroa.

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Falsificação de Fournier (esquerda) e Autêntico (direita)

 

BIBLIOGRAFIA:
Davies, D.J. «Forgeries of Portugal and Colonies»

Publicações da Sociedade Filatélica Portuguesa

Quinn, Thomas. «Notes on the Forgeries and Reprints of the Crown Issues of Portuguese Colonies» na revista The American Philatelist, Vol. 79, No. 11, Pages 8411-848.

21 setembro 2016

[ANGOLA] Emissão «Coroa»: Falsificações de Spiro

 


ANGOLA, EMISSÃO COROA
O selo à esquerda é o original, Michel #1.
O selo do meio é uma falsificação de Spiro (tipo 1) e o da direita outra falsificação de Spiro (tipo 2).

 

DISTINGUINDO CARACTERÍSTICAS DA FALSIFICAÇÃO:

1) A letra «G» em «ANGOLA» possui uma forma diferente do original.

2) A barra horizontal sobre o valor facial não toca no quadro à direita (tipo 1). Em impressões tardias, não toca nenhum dos lados (tipo 2). No original, toca ambos os quadros, veja imagem abaixo.

3) A palavra «REIS» começa no centro do selo. Nos falsos, começa à esquerda do centro para os valores menores que 100 Réis.

4) A Coroa é muito menos detalhada e não possui a decoração central de pérolas.

Todos os valores até 100 Réis foram falsificados. Geralmente eles possuem o característico carimbo de Spiro, como ilustrado pelo selo central acima. Cópias tardias mostram ainda menos detalhes. A maioria das sombras laterais da palavra «ANGOLA» desapareceram e a barra horizontal sobre o valor facial não toca o quadro em ambos os lados (veja a imagem abaixo, tipo 2). Valor 5 Réis ilustrado acima à direita.

 


À esquerda: O selo genuíno.
No centro: Falsificação de Spiro tipo 1: A barra horizontal sobre o valor facial não toca no quadro à direita.
À direita: Falsificação de Spiro tipo 2: Impressão tardia, a barra não toca nenhum dos lados.

 

ORIGEM: A empresa litográfica Gebruder Spiro (Irmãos Spiro) em Hamburgo, Alemanha, já estava produzindo reproduções (de má qualidade) de selos por volta de 1864 e por isso deve ter sido um dos primeiros a imprimir selos falsos da emissão «Coroa» de Angola de 1870. Foram produzidos fac-símiles de várias centenas de selos de todo o mundo até por volta de 1880 e durante algum tempo inclusive publicou catálogos e uma revista filatélica para anunciá-los. Estas reproduções de má qualidade foram editadas pela firma alemã dos Irmãos Spiro nos anos 1870, possivelmente enquanto os selos originais AINDA estavam em circulação. No entanto, a procura caiu, e a produção foi encerrada por volta de 1880.

 

BIBLIOGRAFIA:

Davies, D.J. «Forgeries of Portugal and Colonies»

Tyler, Varro E. «Philatelic Forgers- Their Lives and Works»

19 setembro 2016

[ANGOLA] As Emissões Clássicas

Antiga Colônia Portuguesa na África Ocidental desde o século XV, Angola torna-se independente em 1975. Possui fronteiras com o Congo Democrático, Zâmbia, Namíbia, e o Oceano Atlântico. Inclui ainda o enclave de Cabinda. Sua capital é a cidade de Luanda.

O primeiro europeu a chegar a Angola foi o explorador português Diogo Cão. Possui recursos naturais consideráveis, entre eles o petróleo e os diamantes. O nome Angola é uma derivação portuguesa do termo bantu «N’gola», título dos reis do Reino do Ndongo existente na altura em que os portugueses se estabeleceram em Luanda, no século XVI.

 

 

Angola utiliza selos Portugueses até o surgimento dos primeiros selos próprios para a colônia, em 1870. A primeira série de selos Angolanos mostra a Coroa do Reino de Portugal e é composta por 9 valores:

 


1870 – Michel # 1 e 3

 

Estes selos possuem inúmeras reimpressões e falsificações, e o filatelista deve ficar atento. Dentre as falsificações mais perigosas, estão as realizadas por Speratti e por Spiro. No entanto, são facilmente distinguíveis dos originais, especialmente pelo desenho da coroa, que é algo diferente, e pela letra «G» de «Angola». (Farei um artigo sobre isto em breve).

Devido as falsificações da época, uma nova série «Coroa» composta por 5 selos foi emitida em 1881-85, com novas cores:

 

1881-85 – MiNr 10 a 14

 

Em 1886 surge a série mostrando a efígie em alto-relevo do Rei Luiz, com denteação 12½. Os valores de 5, 20 e 100R foram reimpressos posteriormente, para fins filatélicos, com denteação 13½.

 


1886 – MiNr 15 a 23

 

Em 1893-94 e 1898-1903 surgem os selos com a efígie do Rei Carlos:

1893-94 – MiNr 24 (selo para Jornais) e 26 a 37

 

 


1898 – série MiNr 38 a 52

 

Tanto as emissões do Rei Luiz quanto as do Rei Carlos foram sobretaxadas diversas vezes, seja adicionando um novo valor, seja adicionando a inscrição «REPÚBLICA» por conta da queda da Monarquia Portuguesa. Os anos de 1910 são filatelicamente complexos, devido a enorme sequência de emissões com sobrecargas aplicadas nos estoques remanescentes de selos.

Em 1914-26 surgem as primeiras emissões com a deusa Ceres. Estes selos foram impressos em diferentes tipos de papéis, nos quais destacam-se o papel porcelana (chalky paper no Catálogo SCOTT, gestrichenes papier no Catálogo MICHEL), que é um papel couché branco gessado de alta qualidade, e o papel ordinário. Possuem ainda denteações diferentes, entre o 12×11½ e o 15×14.

 

1914-21 – Ceres – Alguns exemplares da série MiNr 142 a 157

 

Os selos Ceres também seriam sobrecarregados com novos valores. Em 1932 surge um desenho novo para os selos Ceres, os quais também receberiam mais tarde sobrecargas com novos valores:

1932 – Ceres – MiNr 233 a 251

 

E em 1938 surge uma série comemorativa à primeira viagem presidencial às colônias:

 


1938 – MiNr 263 a 265

 

As emissões de Angola até 1940 possuem uma característica em comum: Suas séries completas são caras, tanto novas quanto usadas, e difíceis de se encontrar à venda, seja em casas filatélicas ou leilões.

É possível encontrar muitos dos selos isolados em kilowares e pacotes, especialmente os de valor facial mais baixo. Entretanto, os ultimos selos de cada série são dificílimos e caríssimos. Há ainda a dificuldade de se obter peças que são reimpressões sendo vendidas como as originais, peças com sobrecargas falsas, etc. Para as séries completas, é altamente recomendado que venham acompanhadas de certificado de expertização.

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15 setembro 2016

[EMIRADOS ÁRABES UNIDOS] As Emissões Condenadas

 

E aí estão eles! Sempre muito temáticos, ilustrando pinturas, nus artísticos, fauna e flora, astronáutica, grandes personalidades, etc. São facilmente encontráveis em qualquer pequena coleção e qualquer pequena acumulação ou pacote de selos universais. A maioria deles com inscrições em árabe, inglês e francês.

Abu Dhabi, Ajman, Manama, Fujeira, Sharjah, Dubai, Ras al Khaima, Umm al Qiwain… São os territórios que, juntos, formam o país dos Emirados Árabes Unidos.

 

 

Existe alguma controvérsia sobre estes selos. A Federação Internacional de Filatelia não recomenda que sejam utilizados em exposições filatélicas, podendo o expositor perder muitos pontos e ser inclusive desclassificado. Nos clubes filatélicos, aprende-se que são “selos condenados”, que nunca tiveram utilização postal, logo seriam emissões ilegais.

Explicando a controvérsia se são selos legais ou não:

Existem selos dos sete emirados dos EAU que tiveram sim, CIRCULAÇÃO LEGAL e são realmente, selos postais como qualquer outro. Mas são pouquíssimos. Estes estão normalmente descritos tanto no YVERT ET TELLIER, quanto no SCOTT e no MICHEL. São fáceis de reconhecer, pois a qualidade do papel e da impressão são oficiosas, sempre em muito boa qualidade.

 

São emissões legais (segundo o Catálogo Scott '2009):

Abu Dhabi: Seus selos de 1964 a 1972, são apenas 83 selos postais.

Ajman: Apenas os anos de 1964 e 1965, 44 selos postais + 9 de correio aéreo.

Fujeira: Anos 1964 a 1965, 34 selos postais + 9 aéreos + 4 oficiais aéreos + 5 oficiais.

Sharjah: Anos 1963 a 1964, 96 selos postais + 33 aéreos + 9 oficiais.

Dubai: Anos 1963 a 1972, 158 selos postais + 67 aéreos + 14 de taxa.

Ra's al Khaymah: Ano 1964, somente 8 selos postais.

Umm al Qwayn: Anos 1964 a 1970, 54 selos postais + 9 aéreos + 4 oficiais aéreos + 5 oficiais.

 

Qualquer emissão fora dessa listinha, é emissão condenada, não é selo postal, e sim, meras figurinhas. Além destes, temos ainda, na área dos Emirados Árabes Unidos:

Khor Fakkam: TODOS são figurinhas.

Manama: TODOS são figurinhas.

Estes «selos» são como baratas mesmo, estão em todas as coleções, pacotarias, acumulações. Não puderam ser usados na época de seu «lançamento» - se é que houve algum, já que a maioria sequer passou pelos Emirados - para portear correspondência, a UPU (União Postal Universal) não os reconhece, e menos ainda a FIP (Federação Internacional de Filatelia). Logo, não podem serem utilizados em exposições FIP.

Há ainda outros «países» que emitem selos ilegais, alguns também com inscrições em caracteres árabes, como p.ex., só pra citar alguns que eu tenho aqui: «Mutawakelite Kingdom of Yemen», «Kathiri State of Seiyun», «Mahra State», «State of Upper Yafa», Reino de Redonda (?!), várias repúblicas autônomas russas, selos recentes de Touva, Iakútia, Siberia etc, ilhas inexistentes no Caribe, etc, países que estão em estado de guerra e que não estão emitindo selos de forma oficial, tais como Benin, Afeganistão, muitos de Ruanda, etc, e até de micronações fictícias criadas por alguns doidos, como Principado de Sealand. Mas estes terão ainda seu artigo pra cada um deles.

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14 setembro 2016

[FRANÇA] «Type Sage»: Nuances de cor do selo MiNr. #72b

A série emitida pela França entre 1876 e 1900, denominada «Grupo Alegórico Paz e Comércio», e mais comumente conhecida pelos filatelistas pelo nome do seu gravador, J. A. Sage, como «Type Sage» é fértil em nuances de cores.

O selo de que tratamos neste texto é catalogado em MICHEL sob o número #72b, “schwarz auf lila”. MICHEL não indica variedades de cor. Cotação €1,10 carimbado.

O mesmo selo é catalogado em SCOTT sob o número #91, e possui três variedades de cor indicadas: “Black, lavander”, “Black, rose lilac” (#91a), e “Black, lilac” (#91b), onde Black é a cor da impressão do selo e a cor em caracteres itálicos indica a cor do papel, todos cotando US$ 1 para o selo carimbado.

Já o catálogo YVERT ET TELLIER, que, na teoria, deveria ser o melhor para selos franceses, o cataloga sob o número #89, “noir sur lilas”, e indicando apenas uma única variedade de cor, “noir sur violet” (#89a), cotando respectivamente €1 e €2 carimbados.

 

O selo em questão: Segundo SCOTT, estes são:
À esquerda, #91a black, rose lilac, o selo do meio é o #91 black, lavander e o selo da direita #91b black, lilac.

 

Fiquei realmente surpreso por SCOTT ter sido mais preciso na catalogação deste selo! Este exemplo ilustra a importância de termos os três principais catálogos para consultas!

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11 setembro 2016

[FRANÇA] Os dois tipos do Napoléon III MiNr. #12 e 13

No Catálogo YVERT ET TELLIER não há descrição, somente a imagem.


No Catálogo SCOTT, há a seguinte descrição:

Die 1: The curl above the forehead directly below "R" of "EMPIRE" is made up of two lines very close together, often appearing to form a single thick line. There is no shading across the neck.

Die 2: The curl is made of two distinct, more widely separated lines. There are lines of shading across the upper neck.

e que pode ser traduzido como

Tipo 1: O cacho acima da testa diretamente abaixo do "R" de "EMPIRE" é composto por duas linhas bem próximas entre si, muitas vezes aparecendo para formar uma única linha grossa. Não há nenhuma sombra em volta do pescoço.

Tipo 2: O cacho é feito com duas linhas distintas, mais amplamente separadas. Existem linhas de sombreamento em toda a parte superior do pescoço.

 

A descrição é idêntica, porém mais completa no Catálogo MICHEL:

1: Haarlocke (unter dem R von EMPIRE) besteht aus einer dicken Linie. Ohrlocke-Linien links vom Ohr verschieden lang, fast senkrecht nach unten gerichtet. Haarlocken über dem Ohr durch Linien ausgefüllt. Halsschatten keilförmig bis fast zum Ohr gehend.

2: Haarlocke besteht aus zwei dünnen Linien, Ohrlocke links vom Ohr gleich lang. stärker nach hinten zur Ohrmuschel gekrümmt. Haarlocken über dem Ohr nicht durch Linien ausgefüllt, Halsschatten durch Linien unterbrochen.

e que pode ser traduzido como

1: Mecha de cabelo (sob o R de EMPIRE) consiste em uma linha grossa. À esquerda, as linhas de cabelo próximas à orelha possuem comprimentos para baixo quase verticais. Há linhas de cachos sobre os ouvidos. Sombra do pescoço em forma de cunha indo quase até o ouvido.

2: Mecha de cabelo constituído por duas linhas finas. Linhas de cabelo próximas à orelha são do mesmo comprimento. A orelha é mais curvada para trás. As linhas de cacho acima da orelha não foram preenchidas com linhas. Sobra do pescoço interrompida por linhas.

 

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07 setembro 2016

[ANDORRA FRANCÊS] Os Primeiros Selos

Em alemão: ANDORRA FRANZÖSISCHE POST. Como foi dito no artigo sobre o Andorra Espanhol, até 1927 não haviam estações de correios em Andorra, e o envio de correspondência dava-se na agência mais próxima além da fronteira, seja na Espanha ou na França.

O Escritório Francês dos Correios foi aberto em Andorra em 1930. Inicialmente, para portear a correspondência, foram utilizados selos da França sem alterações ou sobrecargas. Envelopes circulados com selos franceses e carimbo de Andorra entre 1930 e Junho de 1931 são bastante procurados.

Em 16 de Junho de 1931 surgem os primeiros selos específicos do Escritório Francês em Andorra, e trata-se de uma série de 23 selos franceses sobrecarregados «Andorre», além de um selo de ½ cent para Jornais:

 


1931 – Michel MiNr 1 a 23

 

Em 1932 surge a primeira série exclusivamente fabricada para a agência francesa dos correios em Andorra, belamente impressa em talho-doce, a qual seria impressa até 1943 com outras cores e novos valores, mostrando paisagens e construções diversas, como a Capela de Nossa Senhora de Meritxell, a Ponte de Santo Antônio, a Capela de São Miguel d’Engolasters, a Garganta de Santa Julia, e a capital do Principado, Andorra-a-Velha:

 

 

O Catálogo Yvert et Tellier deixa bem claro que duas séries diferentes foram impressas com estes motivos: A primeira em 1932-33 com 24 selos e a segunda em 1937-43 com 32 selos.

Já o Catálogo Scott simplesmente juntou ambas as séries em uma só, formando uma única série de 56 selos.

Michel separa em 4 séries. A primeira com 25 valores, a segunda incluindo a emissão Brasão de Andorra com 19 selos, a terceira com 7 selos e a quarta com 12.

Um destes selos seria ainda sobrecarregado em 1935 com um novo valor:

 


1935 – Michel 48


Em 1936-42 surge um novo desenho para os selos do Andorra Francês, com o Brasão de Armas de Andorra:

 

 

E ainda surgem os selos para as Taxas:

 

 

Assim como ocorre com o Andorra Espanhol, os selos do Andorra Francês são bastante valiosos e o colecionador médio terá bastante dificuldade em completar o país até 1940.

A primeira emissão de selos franceses sobrecarregados cota € 2.500 mint ou carimbada. O motivo é sua baixíssima tiragem, variando entre 30.000 e 50.000 selos para os valores mais baixos. Já os cinco últimos selos, tiveram uma tiragem de apenas 3.750 selos de cada valor.

A segunda série completa, com Paisagens (a qual Michel subdivide em 4 emissões) cota cerca de € 1.000 completa, seja nova ou carimbada.

Apesar da alta cotação das séries completas, alguns dos primeiros selos de cada série podem ser encontrados inclusive em pacotes kiloware, dado seu baixo valor de catálogo. Tarefa muito difícil, entretanto, será completar as séries.

A única variedade encontrada para o período é a do selo Michel #48, (Série «Paisagens», sobrecarregada com novo valor), que existe com dupla impressão da sobrecarga. Este selo cota pelo catálogo Scott US$ 4.000 e é bastante escasso.

Existe ainda um selo de 20c. da série «Paisagens» que foi impresso erroneamente na cor azul claro (ultramar), ao invés da cor rosa. Este selo cota US$ 19.000 no Scott, e € 40.000 no Yvert et Tellier, sendo o mais caro selo do Andorra Francês, de todas as épocas, e também uma das grandes raridades mundiais. Michel não menciona este selo.

Todos os selos do Andorra Francês até o período de 1940 são muito difíceis de se obter em casas filatélicas brasileiras, aparecendo às vezes, muito raramente, somente em leilões. O filatelista deve optar por casas internacionais, ou arriscar-se no eBay ou Delcampe. Se possível, devem vir acompanhados de certificados de expertização e autenticidade, se em séries completas, como é (ou ao menos deveria ser…) praxe em selos com valores altos de investimento.

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04 setembro 2016

[ANDORRA ESPANHOL] As Primeiras Emissões

Em alemão: ANDORRA SPANISCHE POST. O Principado de Andorra, um dos menores países do mundo, localiza-se nos Montes Pirineus entre a Espanha e a França, com aproximadamente 72.000 habitantes (2002). Sua capital é a cidade de Andorra-a-Velha. É o único país do mundo cuja única língua oficial é o catalão.

É governado conjuntamente pela Espanha e pela França, sendo o Presidente da França e o Bispo Espanhol da cidade de Urgel os co-Príncipes de Andorra. Atualmente, o turismo representa 80% do Produto Interno Bruto de Andorra.

Em 1875, o Governo Espanhol preparou um conjunto de 12 selos com o Brasão de Andorra. Embora oficialmente sancionado pela Espanha, uma disputa com a França fez com que os selos não fossem colocados em circulação. Como precursores oficiais, pertencem à coleção dos selos do Andorra Espanhol. Estes selos foram impressos em tipografia na «Fabrica Nacional de Moneda y Timbre» em Madrid, possuem a filigrana «RA» significando «República de Andorra», e atualmente existem poucos exemplares com goma. Não são exatamente selos raros, e aparecem as vezes em leilões e vendas sob ofertas, no entanto existem falsificações bem feitas, porém facilmente identificáveis por não possuírem filigrana e as vezes também não possuírem denteação.

 


1875 – República de Andorra – Não emitidos

 

Até 1927 não haviam estações de correios em Andorra, e o envio de correspondência dava-se na agência mais próxima além da fronteira, seja na Espanha ou na França.

Em 1º de Janeiro de 1928, a Espanha abre uma estação de correios em Andorra, e sobrecarrega selos espanhóis para seu uso. Todos os selos emitidos pela administração espanhola servem para as correspondências que circularão pela Espanha, e o mesmo acontece com os selos emitidos pela administração francesa. As correspondências internas não levam selos.

 

1928 – Michel 1 a 12 – Efígie do Rei Alfonso XIII
com a sobrecarga «CORREOS – ANDORRA»

 

Existem boas falsificações dessas sobrecargas, especialmente dos últimos valores, que possuem boa cotação de catálogo. O filatelista deve ficar atento em adquirir somente exemplares com certificado de expertização e autenticidade. Todos os 12 selos existem com denteação 13½ x 12½, assim como também com denteação 12½ x 11½. Selos com denteação 14 valem ainda muito mais.

Em 25 de Novembro de 1929 surge a primeira série específica de selos do Andorra Espanhol, ilustrando a Casa do Vale, a Igreja de Saint-Juan de Caselles, Saint-Julia de Loria, Saint Coloma, e o Conselho Geral.

 

1929 – MiNr 15 a 26

 

Esta série foi impressa 3 vezes:

1) Denteação 14, números de controle no verso na cor preta, exceto no valor de 2c (12 valores).

2) Denteação 11½, números de controle no verso na cor preta, exceto no valor de 2c (9 valores).

3) Denteação 11½ x 11, sem números de controle no verso (12 valores).

Todos os selos acima são absolutamente caros, especialmente os últimos valores de cada série com valores de catálogo rondando os € 1.500 para as duas primeiras séries. Não há valores de catálogo para os selos não-emitidos em 1875. Entretanto já vi uma série nova sem goma ser vendida em um leilão nacional por um valor aproximado de US$ 600, com certificado.

Temos portanto um país com poucas emissões até 1940, mas com alto valor de catálogo e todos os selos devem vir acompanhados de certificado de autenticidade, pois as falsificações são abundantes, especialmente da 1ª série, sobrecarregada. No Brasil, estas quatro primeiras emissões da administração espanhola de Andorra são difíceis de se encontrar, mesmo em selos isolados. As vezes um ou outro selo aparece perdido em pacotes kiloware.

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