Translate

24 janeiro 2022

Bloco Mackenzie

Procurei em todos os lugares esse bloco e no eBay foi o único lugar que encontrei à venda. O valor é esse aí que vocês estão vendo: US$ 56 dólares americanos, ou R$ 303 reais brasileiros na cotação de hoje.

O que sei sobre isso é o seguinte:

Tiragem de 15.000 exemplares.

Segundo disseram em outros lugares, o Instituto Mackenzie comprou 10.000. Eles podiam fazer isso? Não sei. Não me parece correto, acho no mínimo imoral e muito ruim pro comércio filatélico. Por outro lado, se não há regras que limitem a quantidade de compra por CPF, e a mercadoria foi disponibilizada, compra quem quer e na quantidade que desejar. E aí o vilão da história aqui não é o Instituto Mackenzie, e sim os Correios, que permitiram tal desgraça acontecer. 

Dos 5.000 exemplares que sobraram, 2.300 vão ficar retidos nos Correios para a montagem das coleções anuais, e 700 vão pra União Postal Universal.

Vi alguns comerciantes pedindo por uma segunda tiragem pra atender aos filatelistas. Duvido que vá ocorrer.

Restam as questões:

Onde estão os 2.000 blocos restantes, que a gente procura em todas as agências dos correios e não encontra? Alguém também comprou antecipadamente e vai soltar no mercado a conta-gotas? E as coleções anuais de 2021 também serão adquiridas em grande quantidade por comerciantes inescrupulosos atentos assim que forem lançadas, e nos custar os olhos da cara?

É assim que vocês querem incentivar a Filatelia?

Com R$ 300 você compra uma peça com valor histórico. Um bom envelope ou selo do Império. Não uma peça feita 3 meses atrás e cujo valor é meramente especulativo.

Da minha parte, jamais pagarei esse absurdo. E penso que somente OTÁRIOS pagarão.

NÃO SEJA OTÁRIO. NÃO COMPRE ESTA MERDA POR ESSES VALORES SURREAIS.

NÃO DÊ SEU DINHEIRO PRA ESSES VAGABUNDOS GANANCIOSOS E INESCRUPULOSOS.

E digo mais: Procurei nas redes se alguém se indignou com esse absurdo. Vi um blog de um filatelista particular (Chaleira), e vi o informativo de um comerciante filatélico (77 de Jundiaí). SÓ ISSO.

Nenhuma manifestação da FEBRAF. Nenhuma manifestação da Sociedade Philatélica Paulista. Nenhuma manifestação de entidade filatélica alguma, que diz “representar” os filatelistas.

Todo mundo caladinho. São coniventes com esse absurdo? Ou será que algum associado do “alto escalão” possui a tal peça em grande quantidade e as entidades o estão protegendo?

Não sou advogado, mas no meu entender de leigo, o correto era JUDICIALIZAR essa questão. Ingressar com uma AÇÃO JUDICIAL contra os Correios exigindo explicações sobre essa venda, uma nova tiragem, a localização das 2.000 peças restantes, e a imposição de uma regra sobre quantidade de venda de um mesmo item por CPF. Cabe até investigação na Polícia Federal pra averiguar se algum funcionário dos Correios entrou em algum conluio ou comum acordo com algum funcionário do Instituto Mackenzie pra adquirir essa grande quantidade antecipadamente, e inflar artificialmente os preços das peças. Estamos no Brasil, terra da corrupção e aqui se pode esperar de tudo. Porém, o uso próprio de informações privilegiadas que podem mexer com valores de uma ação ou bem, é crime.

Advogados pra isso, essas entidades tem. Mas não vi nem mesmo uma notinha, um textinho de indignação. NADA. ZERO. Porquê esse silêncio sepulcral sobre algo tão grave?

Então, pra quê servem essas merdas de entidades? Se não podem defender os interesses dos filatelistas, se for só pra fazer longos e tediosos videozinhos de palestras que quase ninguém assiste (dado o número insignificante de visualizações de todos eles) numa auto-masturbação mental de egos, então fechem as portas. Defendam a FILATELIA, não comerciantes filatélicos inescrupulosos!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Os comentários deste blog são publicados com moderação prévia e são da exclusiva responsabilidade dos seus autores. Há liberdade de expressão, no entanto reservo-me ao direito de não aprovar os comentários que não cumpram com o objetivo do blog (propagandas, spam, etc). Não será aceite comentário algum que não se faça acompanhar com o nome do comentador. ("Unknown" não é nome pessoal).

Reservo-me também o direito de proceder judicialmente ou de fornecer às autoridades informações que permitam a identificação de quem use as caixas de comentários para cometer ou incentivar atos considerados criminosos pela Lei, e isto inclui injúria, calúnia, difamação, apelo a violência, apologia ao crime ou quaisquer outros.