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01 novembro 2024

Álbum «BULAD» - Brasilien


Álbum «BULAD» para selos do Brasil.

Catalogação MICHEL. Idioma alemão.

Selos do Brasil de 1843 a 2022 (602 páginas).

Volume Spezial: Dienstmarken, Portomarken, Spendenmarken mit Frankaturkraft, Zwangszuschlagsmarken, Syndicato Condor Ltda., Viação Aérea Riograndense (VARIG), Empreza de Transportes Aéreos (ETA), Luftschiffbau Zeppelin GmbH., Marken auf Privatbestellung, Automatenmarken, Krieg in Paraguay, Private Telegraphenmarken, Telegraphenmarken, Britische Postämter in Brasilien, Post-Anweisung (76 páginas).

TOTAL 678 páginas

DOWNLOAD: https://drive.google.com/file/d/16bdeuXbjEbq0jNQYi2vZ4ULMErpK7eBf/view?usp=sharing

30 outubro 2024

Álbum «BULAD» - Island


Álbum «BULAD» para selos da Islândia.

Catalogação MICHEL. Idioma alemão.

Selos da Islândia de 1873 a 2023 (191 páginas).
Volume Spezial: Automatenmarken, Dienstmarken, Tollur Stempel (17 páginas).

TOTAL 209 páginas

DOWNLOAD: https://drive.google.com/file/d/12JHGgXlCfSPUygEPLErCYNUN_ADp1sJC/view?usp=sharing

29 outubro 2024

Álbum «BULAD»

 


Catalogação MICHEL. Idioma alemão.

Cada espaço para selo possui, logo abaixo, a sua numeração no catálogo MICHEL. Não listo variedades de nuances ou tonalidades de cor, a não ser que as mesmas recebam uma numeração principal em MICHEL. Quando um selo existe no MICHEL com suas variedades "a", "b", "c", etc, no álbum constará somente o selo-tipo.





Confeccionado em papel acid-free 180g/m² cor Marfim e textura Telado, capa em papel Metallik Dupla Face, cor Branco, e impressão em jato de tinta em alta qualidade. Formato A4.

Utilizo um furador de papel de 4 furos e também uma cantoneira pra arredondar os cantos das folhas. 

Nas folhas estão colados, com cola em bastão, fitas protetoras «MAXIMAPHIL» transparentes. Fiz também uma experiência com os protetores com fundo preto, e – opinião pessoal – achei que os transparentes deixam o álbum mais elegante.



Estou usando as capas Leuchtturm GRANDE. Por várias razões que vão desde o tamanho, até a beleza das mesmas, e principalmente por as mesmas conterem um estojo (slipcase) protetor, o que é fundamental pra um álbum de selos, pra evitar poeira e amarelamentos das folhas. Cabem cerca de 100 folhas em cada capa. São capas caras, já que são importadas da Alemanha, mas penso que a estética das mesmas e a qualidade vão compensar o preço. 



Estarei disponibilizando gratuitamente também os arquivos .pdf desses álbuns, à medida em que forem ficando prontos. Caso você queira receber essas folhas impressas em papel 180g/m², me contate para fazermos um orçamento. 

26 outubro 2024

Carimbos «Tollur» nos selos da Islândia


TOLLUR significa “alfândega”. De 1 de Janeiro 1913 a 30 de Novembro 1938, o imposto alfandegário sobre importações era cobrado pelos correios islandeses, usando selos postais. Os selos eram afixados no documento de importação ("Fylgibréf") como comprovante do pagamento alfandegário. 

Até 14 Março 1920 os selos eram cancelados com carimbo postal comum. Em seguida, até 31 Dezembro 1921 eram adicionalmente perfurados por agulhas. Esses selos perfurados são raros, pois os colecionadores os consideravam danificados e os jogavam fora. De 1 Janeiro 1922 a 31 Março 1924 somente carimbos postais comuns eram usados. De 1 Abril a meados de agosto, cancelamentos à caneta foram igualmente usados. 

Então, em 1 Agosto 1924, surgem os carimbos TOLLUR. Um selo (geralmente o de menor valor) recebeu um carimbo postal comum pra indicar a data, enquanto o restante dos selos recebia o carimbo TOLLUR, amarrando o selo ao documento. 

A série do Milenário do Parlamento de 1930, e os selos de Correio Aéreo de 1934 foram especificamente excluídos do uso alfandegário pela legislação (embora ambos sejam realmente encontrados com os carimbos TOLLUR).  Os demais selos especiais como sobretaxas, Oficiais, etc, não eram usados para arrecadação de impostos (embora também alguns sejam ocasionalmente encontrados com o carimbo TOLLUR). 

Como os valores a serem pagos como impostos tendiam a ser maiores do que as taxas postais normais, os selos definitivos de alto valor eram usados com freqüência, enquanto os de baixo valor eram usados com relativa raridade e tendiam a receber os carimbos postais datadores. 

É uma visão comum que os carimbos TOLLUR valham menos do que os selos carimbados postalmente, mas para o colecionador fiscal, os selos de faciais baixos ou emissões especiais comandam um valor de catálogo maior do que aqueles comumente usados como selos postais. 

NA COLEÇÃO:

Selos com carimbo TOLLUR são sempre as emissões islandesas de 1924 a 1938, e devem ser colecionadas separadamente dos selos com carimbos postais comuns, no final das coleções, já que tiveram uso fiscal, não postal.

21 agosto 2023

Bloco, Minifolha e Folha

De fato existe essa confusão entre o que é um BLOCO e o que é uma FOLHA, ou MINIFOLHA. A confusão se dá pela falta de concepção do catálogo RHM com relação a algumas peças emitidas pelo correio brasileiro. Isso não ocorre com outros catálogos. Schwaneberger Verlag, editora do catálogo MICHEL, definiu assim no ano 2000: 

Existe Bloco (block), Minifolha (kleinblogen), e Folha (bogen). 

A definição é a seguinte:

– Se a peça conter até 3 selos idênticos, ou 6 selos diferentes, (números principais de catálogo), é um BLOCO.

– Se houver mais de 4 selos idênticos ou mais de 7 selos diferentes, é uma MINIFOLHA.

– Com 4 selos idênticos, também depende: Se é uma peça grande, com margens grandes, decoradas, que fazem parte ou complementam o design dos selos, é um BLOCO. Caso contrário, é uma MINIFOLHA.

– Peças com mais de 10 selos diferentes são FOLHAS.

Seguindo essa definição, que me parece bastante correta e precisa, e é amplamente usada na Europa, me parece que temos algumas inconsistências na catalogação do RHM. Por exemplo: emissão ano 2001 “Centenário do Instituto Butantã”, é uma peça contendo 8 selos diferentes, portanto segundo MICHEL é uma Minifolha. Já o RHM considera como “Bloco” (RHM B-118). 

E segundo essa mesma definição do MICHEL, a emissão ano 2023 “Moedas Brasileiras” contendo 9 selos diferentes, é uma MINIFOLHA, não um bloco (mais de 6 selos diferentes) e tampouco uma folha (se tivesse um selo a mais, seria considerado FOLHA).

A dúvida se dá porque as minifolhas, pro RHM, são igualmente BLOCO. É “aceitável”, dá pra engolir, mas é impreciso. E assim sendo, segundo a definição do RHM, (ou melhor, a falta dela…), a emissão “Moedas Brasileiras” será mesmo um BLOCO (provavelmente B-232).

Eu fico com MICHEL: Pra mim, é uma MINIFOLHA. Mas como disse, é “aceitável”, tanto que também chamo de BLOCO, já que todo mundo vai chamar assim e assim será catalogado neste único catálogo que temos.

Esclarecida a questão, ressalto que esse nem é o maior problema que vejo.

O que me causa estranheza, na verdade, são quanto as FOLHAS. Estas simplesmente NÃO EXISTEM pro catálogo RHM, tendo sido catalogados apenas os selos isolados, o que é um absurdo. (Exemplo: emissão ano 2013 “350 anos dos Correios”. No RHM é catalogado selo a selo, e não há cotação pra folha inteira, que EVIDENTEMENTE, óbvio ululante, vale mais que os selos picotados. Todos compraram a folha completa e assim a guardaram. A cotação selo a selo deve existir, sim, mas claro que a folha completa e inteira vale mais e também deve apresentar cotação. (Obs.: Estou usando o catálogo RHM 2016, não sei se corrigiram essa falha grotesca nas edições seguintes).

24 janeiro 2022

Bloco Mackenzie


Procurei em todos os lugares esse bloco e no eBay foi o único lugar que encontrei à venda. O valor é esse aí que vocês estão vendo: US$ 56 dólares americanos, ou R$ 303 reais brasileiros na cotação de hoje.

O que sei sobre isso é o seguinte:

Tiragem de 15.000 exemplares.

Segundo disseram em outros lugares, o Instituto Mackenzie comprou 10.000. Eles podiam fazer isso? Não sei. Não me parece correto, acho no mínimo imoral e muito ruim pro comércio filatélico. Por outro lado, se não há regras que limitem a quantidade de compra por CPF, e a mercadoria foi disponibilizada, compra quem quer e na quantidade que desejar. E aí o vilão da história aqui não é o Instituto Mackenzie, e sim os Correios, que permitiram tal desgraça acontecer. 

Dos 5.000 exemplares que sobraram, 2.300 vão ficar retidos nos Correios para a montagem das coleções anuais, e 700 vão pra União Postal Universal.

Vi alguns comerciantes pedindo por uma segunda tiragem pra atender aos filatelistas. Duvido que vá ocorrer.

Restam as questões:

Onde estão os 2.000 blocos restantes, que a gente procura em todas as agências dos correios e não encontra? Alguém também comprou antecipadamente e vai soltar no mercado a conta-gotas? E as coleções anuais de 2021 também serão adquiridas em grande quantidade por comerciantes inescrupulosos atentos assim que forem lançadas, e nos custar os olhos da cara?

É assim que vocês querem incentivar a Filatelia?

Com R$ 300 você compra uma peça com valor histórico. Um bom envelope ou selo do Império. Não uma peça feita 3 meses atrás e cujo valor é meramente especulativo.

Da minha parte, jamais pagarei esse absurdo. E penso que somente OTÁRIOS pagarão.

NÃO SEJA OTÁRIO. NÃO COMPRE ESTA MERDA POR ESSES VALORES SURREAIS.

NÃO DÊ SEU DINHEIRO PRA ESSES VAGABUNDOS GANANCIOSOS E INESCRUPULOSOS.

E digo mais: Procurei nas redes se alguém se indignou com esse absurdo. Vi um blog de um filatelista particular (Chaleira), e vi o informativo de um comerciante filatélico (77 de Jundiaí). SÓ ISSO.

Nenhuma manifestação da FEBRAF. Nenhuma manifestação da Sociedade Philatélica Paulista. Nenhuma manifestação de entidade filatélica alguma, que diz “representar” os filatelistas.

Todo mundo caladinho. São coniventes com esse absurdo? Ou será que algum associado do “alto escalão” possui a tal peça em grande quantidade e as entidades o estão protegendo?

Não sou advogado, mas no meu entender de leigo, o correto era JUDICIALIZAR essa questão. Ingressar com uma AÇÃO JUDICIAL contra os Correios exigindo explicações sobre essa venda, uma nova tiragem, a localização das 2.000 peças restantes, e a imposição de uma regra sobre quantidade de venda de um mesmo item por CPF. Cabe até investigação na Polícia Federal pra averiguar se algum funcionário dos Correios entrou em algum conluio ou comum acordo com algum funcionário do Instituto Mackenzie pra adquirir essa grande quantidade antecipadamente, e inflar artificialmente os preços das peças. Estamos no Brasil, terra da corrupção e aqui se pode esperar de tudo. Porém, o uso próprio de informações privilegiadas que podem mexer com valores de uma ação ou bem, é crime.

Advogados pra isso, essas entidades tem. Mas não vi nem mesmo uma notinha, um textinho de indignação. NADA. ZERO. Porquê esse silêncio sepulcral sobre algo tão grave?

Então, pra quê servem essas merdas de entidades? Se não podem defender os interesses dos filatelistas, se for só pra fazer longos e tediosos videozinhos de palestras que quase ninguém assiste (dado o número insignificante de visualizações de todos eles) numa auto-masturbação mental de egos, então fechem as portas. Defendam a FILATELIA, não comerciantes filatélicos inescrupulosos!

11 janeiro 2022

Livro de Secar Selos

Minha opinião em resumo: É uma ferramenta indispensável ao filatelista. Não dá pra não ter.

Adquiri o meu livro de secar selos, da marca alemã Leuchtturm, com nosso amigo Nélio, da «Farol Alemão Coleções», (https://farolalemao.com.br/ ) no começo de 2019. Portanto lá se vão 3 anos de FORTE utilização.


Estou utilizando pra lavar os selos que recebo de envelopes, fragmentos, compras de pacotes, etc, e igualmente, de uma caixa contendo 1,5 Kg de selos da série «Vultos Célebres da História do Brasil», também conhecida como «Bisneta» que comprei tempos atrás para estudos. Mais de 15 mil selos. Portanto, toda semana tem selo sendo seco no livro desde então.

Como é: Trata-se de um caderno A4 composto por 2 tipos de folhas intercaladas: Uma folha muito grossa de um papel bastante absorvente, parecido com papel Paraná, tipo mata-borrão, e outra feita de um plástico grosso, parecido com aquelas transparências pra retroprojetor. Isso repetido 10 vezes, ou seja, 10 folhas plásticas intercaladas com 10 folhas de mata-borrão.

Primeiro você faz o procedimento normal de lavagem, ou seja, retirar os selos dos envelopes, fragmentos, etc, ou higienizá-los pra remover ferrugem, charneiras, etc, deixando-os de molho numa bacia com água, e deixando os selos secarem sob um papel toalha.

Os selos devem estar quase totalmente secos, porém ainda úmidos demais ao toque dos dedos pra serem postos num álbum ou classificador, com a maior parte da água sendo absorvida pelo papel toalha.

É nesse ponto que entra o livro de secar selos.

Colocam-se os selos entre as páginas do livro, com a face impressa deitada sob a folha plástica, e o verso do selo virado pro papel absorvente mata-borrão. Fecha-se o livro, e coloca-se um peso (quanto mais pesado melhor) por cima do livro.  (Eu uso meu gabinete de moedas, deve pesar uns 15 kg). Deixe os selos lá por pelo menos uns 3 dias. Se o clima estiver muito úmido e chuvoso, deixe uns 4 ou 5 dias.

O resultado é excelente. Os selos ficam totalmente planos e lisos, de uma forma que não se consegue por outro método. Leves amassados desaparecem por completo, e até vincos muito fortes são bastante suavizados. A denteação fica perfeitamente plana e suaviza qualquer dobra.

DETALHES IMPORTANTES:

Demorei um pouco pra descobrir o ponto exato de umidade no qual os selos devem ser postos no livro. Tem que estar digamos uns 90-95% seco. Selos modernos, com papel couché, especialmente, tendem a grudar nas folhas plásticas, se colocados úmidos demais.

Outro ponto, eu tive que arrancar uma das páginas do meu livro. Coloquei alguns selos pra secar, infelizmente úmidos demais, quase recém saídos da bacia, e no dia seguinte fui viajar, voltando 10 dias depois. A página criou um bolor preto, MOFO, e tive que descartá-la e lavar os selos com permanganato.

Além disso, durante a lavagem, retire TODA a cola ou goma do verso do selo, esfregando o verso ainda úmido levemente com os dedos, caso contrário o mesmo irá colar no livro de secar selos! Em seguida ponha o selo já retirado do fragmento e livre da goma ou cola em outro recipiente com água, caso contrário você estará adicionando um selo levemente úmido, mas embebido em água de cola para secar no livro. Caso o selo grude em uma das folhas, basta usar um conta-gotas ou uma pipeta, umedecer a região onde está o selo grudado, e o mesmo facilmente se soltará.

Tive esses probleminhas logo no início por não saber como usar corretamente, e o grau de umidade em que os selos devem ser postos no livro. Repito: QUASE SECOS. Depois que se pega o jeito, aprendendo o ponto de umidade ideal, torna-se uma ferramenta muito útil.

Após a utilização, limpe as páginas plásticas internas com um pano pra retirar qualquer resíduo de cola, e para evitar mofo, deixe o livro de secar selos na posição vertical, com as páginas abertas, de preferência sob o sol por pelo menos 1 hora.

É uma compra que vale a pena, não deixe de ter!


24 dezembro 2021

LEILÃO? Não, obrigado.

Participei raríssimas vezes de leilões, por uma razão simples: Eu não sou afobado pra comprar peças pra minha coleção. Ao ver uma peça de interesse, vejo o preço, olho nos principais catálogos a cotação e a tiragem, dou uma boa pesquisada na internet pra saber se posso conseguir a mesma peça por um preço melhor... E tenho uma regra básica: Depois de tudo isso, EU AGUARDO 48 HORAS. DOIS DIAS. Passados os dois dias, se o interesse na peça permanecer e o preço estiver bom, faço a compra.

É dessa forma que tenho montado o meu acervo, há mais de 25 anos. Quase tudo comprado por preço fixo, à vista, venda direta e sem afobação. Não tenho pressa, a vida é longa…

Quanto aos leilões:

Não compactuo com tal prática de leilão, que somente serve para inflar no mercado os preços de peças comuns. Além disso, LEILÕES são fortes incentivadores da LUDOMANIA, grave doença patológica classificada pela OMS – Organização Mundial de Saúde - caracterizada pelo VÍCIO EM JOGOS, (CID 10 F63. 0 Jogo Patológico) onde o licitante arremata peças comuns por valores estratosféricos, às vezes nem importando muito com qual seja a peça, apenas pelo prazer e excitação de arrematar e “vencer” os licitantes concorrentes.

Alguns anos atrás, os leilões filatélicos eram por via impressa. Recebia-se pelos correios um catálogo de um leiloeiro, (o qual muitas vezes ficávamos com sérias preocupações sobre onde raios o sujeito conseguiu o nosso endereço). Mas ao menos costumava ser de leiloeiros sérios, gente que era igualmente filatelista ou comerciante estabelecido e conhecido.

Participei raríssimas vezes de leilões nessa modalidade, pois tinha que enviar uma carta com o lance, e torcer pra semanas depois vencer o lote desejado. Nunca coloquei mais que o mínimo possível, e claro, perdi muitas vezes. Ver uma peça que interessa, dar lance e saber que outros deram lances maiores, é muito frustrante pra mim. E quando vencia? Tinha que pagar o valor da peça + comissão do leiloeiro (geralmente 15-20% do arremate), + porte dos correios + 1% do valor do arremate pro seguro. No final das contas, ao fazer as contas na ponta do lápis, não raro a peça saía pelo preço de mercado de venda direta. E quando a peça aqui chegava, sempre tinha um “porém”, na maioria das vezes, selos com ferrugem.

Recentemente, vieram as redes sociais Facebook e Whatsapp. No Facebook ainda dá pra participar, pois a peça fica ali fotografada, (mesmo as comuns e baratas) e você vê quem é o leiloeiro, quem está licitando, e o leilão fica aberto por alguns dias, o que dá pra pesquisar, analisar e pensar se arrematamos ou não.

O problema ocorre quando um licitante filho da puta bloqueia o seu perfil pra que você não veja o lance dele e não possa cobrir. Tive um problema assim no leilão de numismática do Bruno Pelizari, um dos diretores da S.N.B.. O licitante concorrente me bloqueou, e deu um lance 1 real maior faltando 1 ou 2 minutos pro fim do leilão. Quando percebeu que me venceu, me desbloqueou. E eu aqui jurando que havia vencido a licitação. Quando vi a palhaçada e fui reclamar com o leiloeiro, a resposta foi a de que o fulano de tal era JUIZ de Direito, e que por isso jamais faria uma coisa dessas... (ou seja, ele é um juiz e eu sou um nada, e provavelmente estou mentindo, portanto ele ganhou e fica quieto aí…). Ok, não vou brigar. Mas também nunca mais participei do leilão dele e inclusive desfiz a amizade na rede social.

Já no Whatsapp... Tudo MUITO suspeito. As peças são licitadas uma a uma, e cada lote é apresentado meio que de surpresa (não dá pra ver as peças em licitação antes do leilão começar) e os licitantes (sem rostos, sem nomes, apenas números de telefone) dão seus lances e o lote é encerrado. Tudo isso em 1 minuto ou no mais tardar, 2 minutos. É olhar a foto, dar o lance e tentar cobrir rapidamente, em segundos, os lances dos demais. Não dá tempo nem pra pensar ou conferir na coleção se já temos aquela determinada peça.

Vi leiloeiros com perfis falsos (outro telefone com outra conta de whatsapp) dentro do grupo de leilão, fingindo ser cliente e dando lances nas peças, aumentando assim o valor final do arremate. Isso é fácil de provar, pois muitas vezes o arrematante fake do próprio vendedor, com o mesmo código DDD do vendedor, “ganha” a licitação, e algumas semanas depois, lá está a mesmíssima peça novamente em leilão. E claro, a peça retorna agora “valorizada”, com o preço inicial sendo o preço final do leilão anterior. E se questionarmos o fato, o vendedor irá dizer que o arrematante anterior havia “desistido” da peça ou que “por sorte apareceu outra”.

Além do mais, devido a rapidez com que cada lote é apresentado e arrematado, muitas peças já começam o leilão com lances iniciais já no valor de mercado de venda ao consumidor final. Como tudo é rápido, não dá tempo do licitante fazer a menor pesquisa de preços.

E agora, recentemente, veio o portal de “Leilões BR”, que virou uma verdadeira praga e tornou tudo uma desgraça. Na imensa maioria dos casos, o leiloeiro NÃO É filatelista e NÃO É comerciante filatélico, ou seja, não entende nem mesmo o básico de filatelia. O sujeito comprou uma coleção qualquer, ou não raro, pegou consignado de algum comerciante com grande estoque, e está leiloando em retalhos.

Como o leiloeiro não conhece o que vende, isso poderia ser bom, se víssemos Olho de Boi sendo vendido a preço de selo comum, mas o que ocorre é justamente o contrário: Selos comuns sendo vendidos a preços de Olhos de Boi.

Selos que não dizem se são novos com goma, novos sem goma, novos com charneira, apenas apresentam como “novos”. E a ferrugem é chamada pelo eufemismo de “marquinhas do tempo”. Aí fica difícil licitar...

Ainda assim, arrisquei. Dei umas licitadas, venci dois lotes. O primeiro saiu a preço de mercado. O último tive que devolver: selo anunciado como “novo”, e fotografado somente pela frente, chegou aqui e tinha uma baita charneira e aminci.  Arrematado por R$ 470, cotando € 600 novo com goma e apenas € 15 sem goma ou com charneira, não me restou outra escolha. E por fim, o vendedor não gostou disso, e reclamou com a plataforma “Leilões BR”, que me bloqueou. Após uma troca de e-mails com muitas palavras ásperas, me desbloquearam, exceto pro site daquele vendedor específico (um tal Miguel Salles).

Muitos comerciantes filatélicos conhecidos estão aderindo a essa plataforma. Conheço lojas filatélicas que deixaram de ter vendas a preço fixo, e passaram a trabalhar somente com leilão por essa plataforma. São lojas que inclusive vão deixar de ver a cor do meu dinheiro.

Enfim, é leilão? Não, obrigado. Prefiro o bom e velho preço fixo, e somente compras em lojas e estabelecimentos conhecidos. Assim dificilmente passo raiva ou tenho frustrações com lotes perdidos ou vencidos que chegam aqui com defeitos não descritos.

01 outubro 2020

Glassine


Na filatelia, vamos encontrar o glassine principalmente em:

1) Envelopes confeccionados especialmente desse material;

2) em páginas intercaladoras nos classificadores;

3) nas tiras de certas marcas de classificadores;

4) Charneiras. (para os Fila-Jumentos que ainda usam isso...).

Antes de mais nada, vamos dizer o que NÃO É glassine e quais as diferenças:

Glassine NÃO É papel manteiga, e NÃO É papel vegetal!

Embora seja (de longe) visualmente parecido, e inclusive nos primeiros estágios de fabricação sejam idênticos, o papel manteiga vem em rolos, é vendido em supermercados e serve para culinária, não para coleções. É um papel tratado com silicone, e algumas marcas vem, inclusive, untadas com alguma gordura vegetal, para que as receitas não grudem nas formas ao irem pro forno. (Apenas imagine isso sendo usado pra armazenar selos, pra terem noção do tamanho do absurdo que é...).


Também já vi confundirem com “papel vegetal”, ou chamarem o glassine por esse nome. Realmente são fisicamente parecidos, mas são papéis totalmente diferentes e com propriedades diferentes. O Papel Vegetal (também chamado de “papel transparente”) vem em resmas, é vendido em papelarias, e serve principalmente para desenho. Quando manufaturado com baixíssima gramatura, é chamado “papel de seda” e é encontrável em cadernos escolares para desenho ou em rolos, para fazer pipas para crianças. Em boas e caras marcas, como Canson, é feito um refino mecânico da fibra de celulose, criando uma fibra gelatinosa, onde quase todo o ar é excluído das fibras, tornando-o translúcido, mesmo em gramaturas tão altas quanto 280g/m². Mas no geral, é um papel cuja polpa foi tratada com ácido sulfúrico (!!!) para se tornar translúcido e em seguida é calandrado (passado entre vários rolos de aço aquecidos e polidos). Possui altíssima umidade interna (às vezes mais de 50%), e ainda possui baixa opacidade, permitindo que a luz passe.




Ou seja, o papel vegetal é ácido (a maioria das marcas), possui alta umidade, e permite alta iluminação. Imagine um tal material sendo usado pra guardar selos...


Agora, sobre o GLASSINE:

O GLASSINE, também chamado (agora sim, na forma correta) de “papel cristal”, ou “papel pergaminho”, é justamente o OPOSTO do papel vegetal. É um papel finamente texturizado, semi-transparente, livre de ácidos, (pH neutro), tratado com glicerina (ou parafina), tornando-o REPELENTE À UMIDADE, muito mais resistente contra o ar, (poluição, poeiras, etc), óleos e umidade do que qualquer outro tipo de papel.

Logo, serve para arquivar materiais que são frágeis à luz, umidade e oleosidade, como uma excelente barreira de proteção. Isso pode incluir não só selos, como também fotos, negativos fotográficos, postais e outros objetos planos. Na filatelia, protege os selos da luz (evitando desbotamento de cores), protege da umidade (evitando assim o surgimento de “ferrugem” nos selos), e protege as peças da oleosidade das mãos e acidez de outros papéis. Protege também contra traças, já que estas não gostam de papel parafinado.

No caso dos envelopes, uso-os pra armazenar duplicatas de selos de minha coleção, como tantos outros filatelistas fazem, em todo o mundo. Para maior durabilidade, armazene os envelopes em uma caixa de plástico, acrílico ou de papel acid-free (livre de ácido), e coloque alguns saquinhos de sílica-gel dentro da caixa. (Se sua casa é infestada de BICHOS, ponha uma bola de naftalina dentro).

 


 

São encontrados principalmente nas casas filatélicas de renome e com comerciantes de boas marcas, em diferentes tamanhos e gramaturas, (quanto maior a gramatura, maior o nível de proteção), e é material importado. Não há fabricação de Glassine no Brasil.

Os envelopes glassine são excelentes “cartões de visita” e uma maneira muito profissional de se enviar selos a alguém, podendo ter sua logomarca impressa ou carimbada nos mesmos, o que é positivo a longo prazo, já que os colecionadores NUNCA os jogam fora. Há de se lembrar também que, qualquer leve umidade no fluxo do correio, p. ex. na bolsa do carteiro em um dia chuvoso, uma van de correio úmida, ou como já ocorreu comigo: uma caixa de correio ao ar livre em um dia chuvoso, que foi esquecido de conferir se o correio já passou, fará com que selos MINT dentro das cartas colem uns nos outros. Hoje tenho selos caros, comprados mint, mas que estão novos sem goma na coleção, pois tive que lavar pra desgrudá-los. Se estivessem em envelopes glassine, estariam protegidos.

O glassine não é resistente a umidade atmosférica e a iluminação, especialmente raios ultravioleta. Por isso, com o tempo, vai se tornando mais frágil, às vezes quebradiço, e fortemente amarelado, até tons marrons. Quanto mais umidade e iluminação, mais rápido será processo de envelhecimento. Quando isso ocorrer, chegou a hora de substituir. Se o glassine em questão são as páginas intercaladoras dos classificadores, então é um indicativo de que chegou a hora de trocar o classificador.



Algumas criaturas tem vendido, em sites de compras, envelopes glassine antigos já bastante amarelados e até mesmo em tons marrons, como sendo “material vintage”. E o pior, vi filatelistas comprando isso alegremente (e isso me motivou a escrever esse artigo). Esse material não serve para absolutamente NADA no que diz respeito a filatelia ou arquivística de materiais, são glassines que já chegaram ao final de sua vida útil, não protegendo mais o material contido neles contra a luz, oleosidades e umidade, e portanto, o seu único destino possível é ser deitado ao lixo. Você pode confirmar essa informação com um museólogo.

Em resumo: Tem que estar branquinho. Escureceu, amarelou, ficou marrom? LIXO.

Pra finalizar: CUIDADO com o “glassine” chinês (as vezes vendido como “nacional”): De baixíssima qualidade, e baixíssima gramatura, tão leves e finos que você quase poderia cuspir através deles, provavelmente feito de estoque de papel VEGETAL de baixa qualidade, altamente ácido, muitas vezes sendo um mero PAPEL ENCERADO (portanto, gorduroso). Na maioria das vezes, são feitos para ALIMENTOS, e cortados em formato de ENVELOPES. Um verdadeiro PERIGO para os selos, que eu já tive o desprazer de encontrar em casas filatélicas no Brasil. Ponha seus selos neles, e os verá rapidamente criando “ferrugem”. Você saberá diferenciar o GLASSINE do lixo chinês principalmente pelo preço: O verdadeiro glassine custa, em média, US$ 60 (dólares americanos) pra cada 1.000 unidades, e após ter glassine verdadeiro em mãos, não será mais enganado, pois a diferença física é grande.

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30 setembro 2020

[LIVRO] «The World Encyclopedia of Stamps & Stamp Collecting», de James Mackay


Adquiri recentemente essa obra, através do site Amazon.com americano.

Confesso que fiquei surpreso com a qualidade de impressão: Capa dura, folhas internas em papel couché de alta qualidade, o livro é até um pouco pesado pro seu tamanho. São 256 páginas, formato A5, muito, mas muito ricamente ilustradas a cores.

Na minha modesta opinião, embora em inglês, é um excelente livro pra quem está começando na Filatelia.

Pra filatelistas experientes, a obra é inútil, pois as informações ali contidas ou já são sabidas, ou são prática corriqueira.

A obra é dividida em duas grandes partes:

Na primeira parte, chamada «Um Guia para Colecionar Selos», explica desde aquilo sobre o que é um selo postal e o que não é, (selos fiscais, entre outros…), a história da criação do selo postal, com Rowland Hill na Inglaterra de 1840, as diferentes formas de apresentação dos selos, i.e., folhas, blocos, rolos, cadernetas, e até itens de papelaria postal, como inteiros postais, etc. Explica também sobre as diferentes ferramentas de uso do filatelista, tal como lupas, pinças, odontômetro, etc, os diferentes serviços dos selos (emissões regulares, comemorativas, oficiais, taxas, correio aéreo, etc.). Em seguida, sobre como e onde obter selos, como destacar os selos das cartas, como armazenar a coleção (se em álbuns ou classificadores), uso de hawid ou charneira, etc. Além disso, explica sobre os diferentes tipos de coleção: Por países ou por temas. Por fim, fala ainda sobre falsificações, ensaios, provas.

 






Na segunda parte, chamada «Diretório Mundial de Selos», fala um pouco sobre as emissões dos principais países, separados por continente. Essa parte é boa pra quem está iniciando na Filatelia e nunca ouviu falar em determinados lugares ou administrações postais que um dia emitiram selos.

No entanto, cabe ressaltar: O livro é americano, e aqui nós temos a visão filatélica de quem coleciona selos e os cataloga usando o catálogo SCOTT. Esta, também é, obviamente, uma visão POLÍTICA. A maneira como os países são classificados nesse diretório, é idêntica a do catálogo Scott, ou seja, os selos dos EUA são prioridade aqui, altamente detalhados, em segundo plano vem os da Grã Bretanha e suas colônias, enquanto que do resto do mundo, é tudo bastante superficial e muito (estupidamente) estereotipado. A ênfase maior é em selos comemorativos e temáticos. Pro Brasil, há uma página com um resumo extremamente simples.

Além disso, não possui textos NEUTROS POLITICAMENTE como é p. ex. um texto na visão filatélica do catálogo MICHEL. Fala-se muito da política AMERICANA para aquela região, mais do que sobre os próprios selos emitidos pelo local.

Cito o exemplo mais gritante nas páginas que tratam dos selos de países inimigos dos Estados Unidos, como p. ex. o Irã, onde se fala em “fundamentalismo” e “terrorismo”, o Terceiro Império Alemão, (III Reich), onde se fala em “racismo” e “atrocidades”, e na parte da Alemanha Pós-Guerra, sobre o quanto os Estados Unidos foram bonzinhos em ajudar a Alemanha “libertada do fascismo” a se reconstruir com o “Plano Marshall”, ou do Afeganistão, que fala em “local repleto de cavernas em montanhas, onde os terroristas mais perigosos se escondem”.  Mesmo que tudo isso seja verdade, penso que não é um assunto pra um livro de FILATELIA.

Ainda, sobre os países da América Central, que são tratados como verdadeiras republiquetas bananeiras, que vivem emitindo selos homenageando personalidades dos Estados Unidos, (quase que para puxar o saco americano), e no quanto os americanos são bons, pois construíram o Canal do Panamá, levando a civilização àquela região. Ainda, os países da Europa Oriental, que são tratados como meros satélites da Russia, ou os países do Oriente Médio, num só capítulo de 2 páginas chamado “Estados do Golfo”, onde praticamente só se fala em Petróleo, e nos países dos Emirados Arábes (Fujeira, Ajman, etc) que emitiram muitos selos homenageando a [cultura] Americana. Mas aqui, nem uma só palavra sobre o fato de que estes são selos condenados pela U.P.U., e não devem constar em exposições filatélicas. E claro, sobre a Coréia do Norte, cujo texto ressalta muito mais a propaganda anti-americana, e a ameaça nuclear, do que os próprios selos em si.

Pra finalizar, o capítulo sobre a China, onde não se fala uma só palavra crítica ao regime, apenas elogios, inclusive sobre a terrível “revolução cultural”, e ainda tem um capítulo especial dedicado a selos do Calendário Lunar Oriental e mais um sobre “Territórios Chineses” (Hong Kong, Macau, e pasme, TAIWAN). A razão está na contracapa do livro, abaixo do código de barras: “PRINTED IN CHINA”. Claro, o regime do Partido Comunista Chinês jamais permitiria que fosse impresso na China um livro que falasse mal do regime local…

Enfim, nessa parte, é a mais pura, e a mais simples visão norte-americana do mundo for dummies.





O livro custou-me US$ 15 e mais US$ 25 de taxa de entrega (via DHL) e impostos cobrados pelo Governo Brasileiro (mesmo que esse governo diga que não faz taxação de livros, o imposto já é cobrado na fonte, na hora da compra ainda no site Amazon). Demorou incríveis TRÊS MESES pra chegar, sendo quase 2 dias (menos de 48 horas) pra sair de New York e chegar no limbo curitibano dos correios do Brasil, também conhecido como “CTCI Curitiba” (Centro de Tratamento de Correio Internacional), de Curitiba-PR, e mais 88 dias pra sair de Curitiba e chegar até Goiânia, onde resido, provavelmente trazido a pé pelo carteiro, ou quem sabe, montado num preguiçoso jegue. Confesso que estava até desesperançado de ainda receber a encomenda.

Preço final em reais, uns surreais R$ 225.

Embora a parte do «Diretório Mundial de Selos» tenha essa visão política americana simplista, estereotipada, e, porquê não, IMBECIL do mundo, e fale mais disso do que de selos, a primeira parte «Um Guia para Colecionar Selos» é realmente boa pra quem está começando na Filatelia. Recomendo a compra do livro se você conhece alguém que esteja nos Estados Unidos em viagem e poderá trazer a obra consigo. Importar, comprando pelo site, pagando as taxas e remessa, não compensa, pelo valor.