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30 janeiro 2016

Organizando a coleção: Parte 2 – O uso de CLASSIFICADORES

Como disse no artigo anterior, as opções para organizar a coleção são: Álbum e Classificador.

O álbum tem como vantagem o colecionador saber com seu simples manuseio quais são as peças que lhe faltam. No entanto tem a desvantagem de não haver espaços para variedades menores, erros de impressão, etc. Logo, são ideais para aqueles que coletam somente o selo-tipo, sem se importar com variedades menores. Ou seja, para usuários dos catálogos Yvert et Tellier e Scott, são bons.

No entanto, na minha coleção não entra apenas o selo-tipo. Variedades de picote, impressão, posição de filigranas, nuances de cores, diferentes papéis na mesma emissão, sobrecartas do século XIX, também me interessam. E por isso mesmo utilizo o catálogo MICHEL, que é na minha opinião muito mais completo do que o Scott, e infinitamente melhor do que o Yvert et Tellier.

Logo, a coleção em álbuns pode servir para você. Para mim, não serviu.

Passei a fazer o teste com os classificadores, transformando-os em “álbuns”, e colocando os selos na ordem cronológica de emissão. Estes existem de diversas marcas (nacionais e importadas), tamanhos, cores, modelos, etc.

Descobri que:

1) TAMANHO: Grande é o ideal, devido à existência de folhas e blocos enormes que não vão caber em classificadores pequenos.

2) COR DA CAPA: Geralmente existem as cores Preto, Vermelho, Azul, Verde e dependendo da marca, Marrom Tabaco. Todas as cores são muito bonitas, e pode-se optar por fazer cada país em uma cor de capa ou toda a coleção somente com a mesma cor, para padronizar, ou cada continente em uma cor... Fica a seu critério de gosto pessoal.

3) PÁGINAS BRANCAS OU PRETAS: Há vantagens e desvantagens nas cores das folhas internas.

a) Branco: Não realça os selos e seus picotes, mas tem a vantagem de suas tiras plásticas serem encaixadas dentro da página e caso o classificador crie ferrugem, será facilmente visível e é sinal de que chegou a hora de substituí-lo.

b) Preto: Realça os selos e seus picotes. Dá uma apresentação excelente. Tem a desvantagem de suas tiras plásticas serem coladas na página e em regiões de clima muito quente e seco, com o passar dos anos essas tiras podem começar a descolar.

Acabei optando pela cor preta.

4) FOLHAS INTERCALADORAS: Na maioria dos classificadores são de uma espécie de papel vegetal de baixa gramatura. Em outros, são de uma película plástica transparente chamada rhodoid. Sua utilidade é a de proteção dos selos contra a umidade e também para evitar que um selo fique encostando diretamente em outro quando o classificador está fechado. No caso das folhas de papel vegetal, quando ficam bastante amareladas e quebradiças, é sinal de que o classificador atingiu seu tempo de vida útil é faz-se mister sua substituição. Já o rhodoid, é feito de um material plástico (acetato) acid-free e inerte aos selos. Não sei dizer qual é a melhor opção.

5) NACIONAL OU IMPORTADO: Nunca vi classificadores nacionais que sejam de primeira qualidade. Estes são bons para armazenar selos repetidos, para venda, etc. Para coleção principal, jamais. Já os importados, que obviamente são mais caros, existem as boas marcas: Leuchtturm, Prinz, Lindner (alemãs), Yvert (francesa), Importa (holandesa), etc. Todas são de primeira linha, com papéis internos acid-free.

Optei pela Leuchtturm, por ser vendido em diversos locais no Brasil. As outras marcas são mais difíceis de comprar.

6) NÚMERO DE PÁGINAS: Existem classificadores com 16, 32 e 64 páginas.

O de 16 páginas me pareceu interessante para acomodar selos de países “pequenos”, ou seja, países que possuem poucas emissões e que já não emitem mais selos. (antigas colônias, “dead countries”). Por exemplo, para o país «Goldküste» (Costa do Ouro, Goldcoast), antiga colônia britânica na África (atual Ghana), o catálogo Michel dá 150 números principais e mais 8 para selos de taxas. Com as variedades este número deve duplicar, mas cabem perfeitamente em 16 páginas.

O de 32 páginas me parece o ideal para os países “grandes”. Nem fino demais, nem grosso demais, possui uma lombada quadrada com bom tamanho para etiqueta de identificação, e dá uma ótima apresentação aos selos.

O de 64 páginas pareceu interessante para acomodar os “países grandes”, ou seja, aqueles que emitem selos desde o século XIX e ainda estão emitindo selos. P.ex.: Brasil, França, Russia, EUA, Japão, etc. O modelo com estojo é simplesmente lindíssimo, e é o ideal.

Eu tenho os três aqui. E a comparação é inevitável: O de 64 páginas é absolutamente luxuoso e fica simplesmente lindo na estante. Acabei optanto por ele.







Agora surge a grande questão:

CLASSIFICADOR, OU VARIO?

VARIO, para quem não conhece, são classificadores da Leuchtturm que possuem as folhas soltas. A capa é como um fichário com 4 anéis, e você compra as folhas individualmente. Há 8 opções com diferentes tamanhos das tiras: com apenas 1 tira até 8 tiras em cada página. Eles são assim (fotografias do site da Leuchtturm):

Vantagem: Em comparação ao classificador, o sistema VARIO facilita muito mais pra reorganizar os selos à medida que novos exemplares são acrescentados na coleção. Também fica mais fácil pra acrescentar cartões-postais, envelopes e etc no meio da coleção, já que há páginas com apenas 1 e 2 bolsos.

Desvantagem: A principal, com certeza é o preço, já que um álbum com 64 páginas de VARIO vai custar muito mais caro que o valor do classificador Leuchtturm Premium 64 páginas com estojo. Em média, a capa com estojo VARIO custa uns R$ 200, e cada página uns R$ 8. Outra desvantagem que vejo é com a capa do modelo VARIO GIGANT, que possui anéis maiores para acomodar mais páginas: As últimas páginas são um tormento para folhear.

Penso que o sistema VARIO seja o ideal para quem coleciona somente uns poucos países ou faça uma coleção temática.

Na minha coleção, optei pelo classificador e o motivo principal não foi o preço. Embora dê mais trabalho para reorganizar do que o VARIO, eu me sinto mais seguro com o classificador, justamente por serem feitos em papel livre de ácido. Possuo classificadores Leuchtturm em minha casa comprados em leilões, que tem mais de 40 anos de uso, e eles continuam como novos. Portanto, são realmente duráveis e confiáveis.

Já o VARIO, é feito em um plástico (acetato) que segundo o fabricante, é inerte aos selos, mas eu fico desconfiado com plásticos em contato com selos e seus efeitos a longuíssimo prazo. Para exemplificar o meu receio, basta mencionar que as barras de fosforescência de alguns selos do Canada dos anos 1970’s são apelidadas de «Migrating Phosphor», ou seja: A fosforescência com o tempo migra do selo para envelopes, acetatos, glassines e polietileno, manchando e estragando os selos e o seu material de suporte.

Como disse, optei pelo Classificador tradicional. E você, qual sua escolha? COMENTE ABAIXO.

2 comentários:

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